Permita-me iniciar sendo repetitivo em afirmar que a homossexualidade é pecado e condenado pela bíblia, isso, sem dúvida é verdade incontestável nas páginas das escrituras. Também é verdade que o ativismo homossexual está tentando impor uma ditadura gay em nosso país através da PL 122 e de uma PEC muito pior do que ela, que ainda está por vir.
Porém, quero falar aqui, contestando o discurso inflamado, de quase “ódio”, adotado por muitos setores da igreja cristã contra os homossexuais. O que estamos tentando fazer? Criar uma guerra entre o cristianismo e os homossexuais? O certo é que se eu fosse homossexual no Brasil, realmente passaria longe de igrejas evangélicas! Será que é isso mesmo que queremos produzir?
Ao tomar a mesma bíblia que condena a homossexualidade, posso afirmar que ninguém vai para o inferno por ser homossexual, isto é apenas mais um dos pecados na vida de alguém. O homossexual vai para o inferno porque é pecador, pois peca todos os dias, não é nascido de novo, não é regenerado pela Graça de Deus, o homossexualismo é só mais um dos muitos pecados que levam a pessoa a cada dia no caminho do inferno. Quando alguém se converte verdadeiramente a Cristo, é liberto da homossexualidade e não o contrário.
Creio que precisamos discordar em amor, precisamos abaixar as armas de palavras grosseiras e levantar a Palavra de Deus, precisamos pregar o Evangelho e não fazer um quase “ativismo anti-homossexualidade”.
O que você está querendo dizer pastor? Que não devemos ser contrários a projetos de lei como a PL 122? Respondo que não! É certo que devemos, como cidadãos cristãos, ser contra projetos como esse, porém como cristãos, como pastores, como servos de Deus, temos de demonstrar amor em nossa discordância, sem negar nossa fé, porém, demonstrar o mesmo amor que Cristo demonstrou a todos os pecadores com o quais teve contato nos evangelhos.Por que um cristão teria dificuldades em dizer que ama os homossexuais? Por que não aproveitamos os espaços na mídia para pregar o EVANGELHO ao invés de ficarmos posicionando-nos como cidadãos contrários a um projeto de lei? Por que não aproveitamos as oportunidades públicas para discordar em amor, demonstrando amar essas pessoas?
Não estou dizendo que devemos concordar com o pecado, muito menos que devemos fazer concessões no Evangelho, porém é certo que enquanto ficamos vociferando contra a “causa gay”, estamos perdendo grandes oportunidades de pregar o Evangelho, o qual é o único capaz de transformar a vida de todas as pessoas, libertando-as do pecado, inclusive da homossexualidade.
Pense comigo, se não houver pregação do Evangelho, ou seja, demonstração da condenação de todo ser humano pela lei de Deus, morte eterna no inferno e no lago de foro, Graça salvadora em Cristo Jesus, arrependimento de pecados, novo nascimento e transformação de vida mediante Jesus Cristo, não haverá conversões verdadeiras. Que tal, então, nos preocuparmos menos com a PL 122, ainda que mantenhamo-nos contra ela, e mais em AMAR OS HOMOSSEXUAIS, pregando o Evangelho verdadeiro a eles?
É claro que se uma lei como essa for aprovada, o verdadeiro cristão acabará transgredindo a lei, pois não deixará de obedecer a Deus, crendo e anunciando sua Palavra, para obedecer aos homens, todavia tenho minhas dúvidas de que isso seria ruim. Será que uma perseguição não nos faria bem? Estou inclinado a crer que sim, porém só o Senhor o sabe, seja feita a vontade dEle!
Finalizando, remeto-me ao título do presente artigo dizendo que o cristão ama os homossexuais e odeia a homossexualidade, em ambos os casos, com todo seu coração. O cristão prega o Evangelho para todas as pessoas de igual forma e não um sermão anti-gay, no caso do ouvinte ser homossexual. O cristão não foca a homossexualidade como o centro de todos os problemas espirituais de alguém. O cristão tem certeza de que se alguém deixar de ser homossexual não está instantaneamente salvo por isso, contudo, sabe também que se alguém continuar sendo homossexual, não irá para o inferno por causa disso, mas sim por ser um pecador não regenerado, morto em sua própria depravação, assim como ele mesmo o era antes de ser salvo.
E então, o que acha de discordarmos em amor?
Com certeza colheremos mais frutos para Jesus entre quem convive com a homossexualidade.
Com amor, em Cristo
Raphael Melo