Neste artigo, quero te levar a meditar no capítulo 32 do profeta Isaías. Este profeta é conhecido como o profeta messiânico, pois falou muito do reinado do Messias e dos tempos da Graça.
Vou dividir o capítulo em duas partes para termos um melhor entendimento do texto.
Parte I
“Vejam! Um rei reinará com retidão, e príncipes governarão com justiça. Cada homem será como um esconderijo contra o vento e um abrigo contra a tempestade, como correntes de água numa terra seca e como a sombra de uma grande rocha no deserto. Então os olhos dos que veem não estarão mais fechados, e os ouvidos dos que ouvem escutarão. A mente do precipitado saberá julgar, e a língua gaguejante falará com facilidade e clareza. O tolo já não será chamado nobre e o homem sem caráter não será tido em alta estima. Pois o insensato fala com insensatez e só pensa no mal: Ele pratica a maldade e espalha mentiras sobre o Senhor; deixa o faminto sem nada e priva de água o sedento. As artimanhas do homem sem caráter são perversas; ele inventa planos maldosos para destruir com mentiras o pobre, mesmo quando a súplica deste é justa. Mas o homem nobre faz planos nobres, e graças aos seus feitos nobres permanece firme.” Isaías 32:1-8
O texto começa falando de um rei que reinará com retidão e do reflexo desse reinado.
Fala de uma justiça verdadeira, que permitirá que cada pessoa seja como “esconderijo contra o vento e um abrigo contra a tempestade, como correntes de água numa terra seca e como a sombra de uma grande rocha no deserto”.
O profeta fala dos efeitos do que ele mesmo chamou de pedra angular para os que se edificam nela; e de tropeço para os que não a querem. Mostra exatamente o que Paulo diz em I Coríntios 1:26-31, onde Deus (o Rei) escolhe seu povo de forma totalmente inversa à forma adotada pela sociedade para escolher seus ilustres, que é por meio do poder ou da posição social.
Para Deus a justiça vem de um coração sincero e dependente Dele, que se enxerga da forma que realmente é: PECADOR, FALHO, CARENTE DE DEUS.
Os poderosos deste mundo, que O rejeitam, loucamente pisam nos menos favorecidos, sem amor fazem as maiores atrocidades, e alguns até em nome de Deus, dos quais esses últimos então os piores, contudo, são recebidos como importantes por essa sociedade corrupta em seus valores e também distante de Deus. O mundo os ama e eles amam o mundo, por isso tudo está normal nessa relação.
Deus em sua sabedoria e poder, que constituem loucura para os que perecem, viria tirar o chão de todos esses altivos quando por Graça, através da morte de Cristo na cruz, colocaria grandes e pequenos, ricos e pobres, sábio e ignorantes, todos no mesmo patamar, isto é, carentes do favor de Deus.
Por isso que Jesus foi e é um escândalo para os poderosos desse mundo. Foi com regozijo na alma que Jesus falou em Lucas 10:21: “Naquela hora Jesus, exultando no Espírito Santo, disse: “‘Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, pois assim foi do teu agrado.’”.
Parte II
“Vocês, mulheres tão complacentes, levantem-se e escutem-me! Vocês, filhas que se sentem seguras, ouçam o que lhes vou dizer! Daqui a pouco mais de um ano, vocês, que se sentem seguras, ficarão apavoradas; a colheita de uvas falhará, e a colheita de frutas não virá. Tremam, vocês, mulheres tranquilas! Estremeçam, vocês, que se sentem seguras! Arranquem suas vestes, e vistam roupas de lamento na cintura. Batam no peito e chorem pelos campos agradáveis, pelas videiras frutíferas e pela terra do meu povo, terra infestada de espinhos e roseiras bravas; sim, pranteiem por todas as casas cheias de júbilo e por esta cidade exultante. A fortaleza será abandonada, a cidade barulhenta ficará deserta, a cidadela e a torre de sentinela se tornarão covis, uma delícia para os jumentos, uma pastagem para os rebanhos, até que sobre nós o Espírito seja derramado do alto, e o deserto se transforme em campo fértil, e o campo fértil pareça uma floresta. A justiça habitará no deserto, e a retidão viverá no campo fértil. O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranquilidade e confiança para sempre. O meu povo viverá em locais pacíficos, em casas seguras, em tranquilos lugares de descanso, mesmo que a saraiva arrase a floresta e a cidade seja nivelada ao pó. Como vocês serão felizes, semeando perto das águas, e deixando soltos os bois e os jumentos!” Isaías 32:9-20
Na segunda parte do capítulo, Isaías chama as mulheres de Israel, que viviam despreocupadas, a se preocuparem com o juízo que está por vir, pois a tranquilidade era apenas aparente, pelo fato de que Deus não estava nada satisfeito com a forma de vida que seu povo estava levando.
Além disso, o profeta conclama a se prostrarem com pano de saco até que haja um derramamento do Espírito do alto, ou seja, até que Deus alcançasse o coração do povo.
No final do capítulo 32 de Isaías, o texto fala do período posterior à implantação do reino de justiça, o qual, para os justos, traria agradáveis mudanças (“o efeito da justiça será paz, e o fruto da justiça, repouso e segurança para sempre.”).
O Reino de Deus está entre nós e se você é cidadão desse reino, como eu, sabe muito bem o que é desfrutar da paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7), gera frutos de justiça, repousa feliz e seguro, amparado pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Os poderosos e os religiosos continuam tropeçando na pedra de tropeço (Jesus – I Pedro 2:6-8). Recusam abandonar seu orgulho, poder e fama, para render-se ao Rei Jesus. Ignoram a bondade e a severidade do Rei (Romanos 11:22) e caminham para um julgamento sem defesa, que não poderão suportar. No entanto, para os pequenos ou que se fazem pequenos, está reservada toda a bondade de um Rei justo e misericordioso.
Paz!
Pr. Luciano Thomé
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creio.